Sempre

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Tempo é o templo de tudo que não passa. Melhor não confundi-lo com o que existe de eterno, esse lugar onde é terno pensar em que termos vivemos o que passa. Que adornos damos às coisas que serão mais dia, menos dia, reféns das nossas lembranças. Um café, um brilhante, aquele poema ruim, nada disso tem espaço no sempre, cujo acesso é permitido ao que não seja impermanente.  Para entrar nesse tipo de portal, jogue fora os partidos, esqueça os pedidos de vistas, reveja os processos, e o que sobrou? Se a resposta foi nada, continue cavando, raspando, olhando e insistindo porque restar não pode ser tudo o que nos resta. Porque o tempo não pode ser dividido, nem poupado, nem multiplicado, todo tempo é exatamente incalculável. Todo tempo mentido é tempo perdido. Todo tempo fingido é temporal preparando enchentes. Que o tempo seja livre. Que o tempo vista tudo que vive. Que meu tempo seja um até breve, um riso livre e um espaço marcando o lugar que vivo onde respira o broto inconfundível do sempre

Publicado por

Mariel

Vale o que está escrito

24 comentários em “Sempre”

  1. Bom, você ficou uns dias sem escrever pra daí falar desse moço com quem eu nunca me entendi bem… mas falou com tanta ternura que até me convenceu a rever minha relação com ele… não prometo nada, mas vou capitular! Abraço!

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    1. Cada comentário teu é um abraço que recebo, Aurea. Nosso tempo é um tempo bom de conversa. Super sábado. PS: reveja pra melhor sua relação com ele. De qualquer modo, isso vai acontecer, é uma só uma questão de tempo

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  2. Eu gosto de pensar que o tempo é sempre o hoje. Um hoje eterno. Afinal, o que é o ontem senão um hoje que já passou e o amanhã é um que ainda está por vir. Acho que as vezes a gente se perde nessa coisa de passado e futuro e esquece que só dá pra viver o agora. Temos mania de passar um filtro de nostalgia no passado que o faz, aos nossos olhos, melhor do que de fato foi. E fazemos algo semelhante com o futuro: colocamos nele tantas esperanças e apostamos tantas fichas, que estamos fadados a nos decepcionar, cedo ou tarde. Bom mesmo é aproveitar o agora (como o meu agora, que aproveitei vindo ler e responder este texto tão gostoso), é curtir o dia de chuva vendo um filme, lendo um livro ou o dia de sol saindo pra correr, pra nadar. Importante mesmo é lembrar que o único momento em que de fato vivemos é esse (que eu mal falei e já passou). Ahhh.. esse tempo é mesmo um danado, né? Sempre escorregando entre nossos dedos.

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    1. Agora é o melhor do tempo, ainda que seja o único. Seu ponto é audacioso, guria. Quanto ao passado/futuro,, big perfeito, temos mesmo manias nostálgicas ou projeções excessivas. Quando foi que você cresceu desse jeito? O tempo te faz bem.

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      1. A verdade é que eu sou grande faz tempo… mas a vida manteve em mim um pouco da infância (daí meu gosto por princesas, heróis e outras coisas fofas… mas quem foi que criou essa regra chata de que só crianças podem gostar de coisas que não existem?).

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  3. Mariel, muito bem colocada a sua realidade sobre o tempo. Me chama a atenção esse trecho:
    ” Que meu tempo seja um até breve, um riso livre e um espaço marcando o lugar que vivo onde respira o broto inconfundível do sempre ”
    Um abraço,
    Manoel

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      1. Grande Mariel, tanto o título de amigo, quanto o de irmão exigiriam uma maior assiduidade de presença, que não estamos conseguindo honrar, perdidos na agitação do trabalho paulistano.

        De seu lado, você tem sido bem mais presente em nosso blogue que nós no seu.

        Mas saiba que, na parte mais difícil, da admiração, do respeito e, porque não dizer, do afeto, você com certeza é um grande parceiro (e um mestre) de todos nós do Musica e Fantasia.

        Agradecemos mais uma vez, deixando um abraço e votos de uma semana sumamente produtiva.

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        1. Sabe que não acredito nisso? Acredito na presença (que a de vocês é plena), não na assiduidade (que sinceramente…). Não deixem que o trabalho paulistano (nem o de qualquer outro estado da federação) agitem a perdição. No meu lado, é um prazer que nem penso em deixar de ter esse o de visitar o blog de vocês. E aprender como se faz, enquanto reaprendo como se vive. Super abraço, semanaço pra todo mundo, por minha conta.

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      2. Grande amigo, podemos claramente ver que seu Fernandes éde origem hispânica, pois o amigo é afeito a polêmicas.

        Não sei se já dissemos, mas em nosso grupo, dois de nós somos seus primos, também de família Fernandes.

        Um deles, de origem hispânica, é grande polemista, que frequentemente tem que ser contido. Em uma outra de suas postagens, você teve o prazer (certamente sem o saber) de terçar com ele as armas da polêmica. 8-)

        O outro, de origem lusitana, recentemente perdeu um pendrive com montes de esboços de postagens, que discutimos na reunião deste sábado. 8-)

        Em tempo: seus dois primos estão simbolicamente representados em nossa página. About, em
        https://musicaefantasia.wordpress.com/about/

        Os Fernandes estão desenhando nas mesas..

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        1. Salve, chefias. Os fernandes são assim mesmo, acreditem. Fazem da polêmica um tipo de droga permitida e menos perigosa do que comprar do fernandinho. Quando a desenhar, não confiaria a mim um trabalho que exigisse mais do que bonequinhos inexpressivos. Sinto muito pelo pen. Certamente o material era bom, mas não o bastante para não ser perdido, a consciência tem desses sustos. Voltando ao tema, quando polemizo com alguém, é semppre com grande prazer, principalmente se percebo do outro lado alguma qualidade. Alguns posts são, claramente, uma provocação e, como bom filho de argentina, um vou até a fonte tomar satisfação. Geralmente volto satisfeitos. Mantenha os Fernandes desenhando. Vai que alguém da família aprende.

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      3. Em primeiro lugar, a respeito dos bonequinhos, eles não eram inexpressivos: ao contrário, mostravam um bom camiho para você seguir nas artes. Mas, sendo polemista, você não vai aceitar nossa opinião.

        Sobre o Pen, o episódio ocorreu, é claro, com o Fernandes lusitano. 8-)

        Serviu para ele repensar muita coisa. Concluiu que tem valores que lhe são naturais — da estrutura de sua personalidade mesmo. Respeitando, é claro, que outros tenham outros valores. Concluiu que não é tão inocente: em outro episódio também fez a besteira de atirar uma pedra no peito de quem só lhe fez tanto bem. Coisas de lusitano. 8-) Concluiu que coisas pessoais ou acontecem pessoalmente, ou nunca vão acontecer pela intervenção de terceiros. Concluiu que está tomado de medo pânico de qualquer relacionamento (profissional, inclusive), diante de tantas tristezas.

        Todos outros temos aconselhado o lusitano, mas, quando empacam, portugueses conseguem ser beeemmm mais teimosos que espanhois. 8-)

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    1. Prezado, a música tem conjugação verbal e tom triste de fado. Mas é um samba canção de Herivelto Martins e de David Nasser. Talvez tenha a ver com a separação de Herivelto e Dalva de Oliveira.

      O importante é que seu primo lusitano sabe que perdoar é divino, e que trazer uma aflição dentro do peito é dar vida a um defeito que se extingue com a razão. 8-)

      E viva a MPB !

      Bom final de semana.

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