Relembro da chegada, a festa do reconhecimento, a saída para a estratosfera.Tudo era espaço, um grande passo para a humanidade, o início do espanto e o fim da espera. Revejo a alma enluarada, as esperanças estreladas, as mãos bailarinas. Tudo era espaço, abraços feitos de eternidade, a noite e seu misterioso manto, o infinito descansando no seu canto mais bonito. Refaço o caminho de volta, o ar me falta, a gravidade é zero, vejo os mapas e planos de voos. Tudo era espaço e mistura, curiosidade, portais sobre o sempre, e sobre o nunca mais. Resisti aos ventos das tempestades, ao rugir das saudades, aos silenciosos dias das névoas, à terra dos corpos andantes. Tudo foi para o espaço tortuoso onde a existência passa, onde o tempo desespera e onde o coração se desencontra da primavera. Retirado dos escombros, reaprendo os passos, tremo ainda, mas a vida já não se retira. Algo em mim respira, ainda que caminhe lento. Tudo agora é espaço, sereno e denso que troca, que toca, que bomba. Um tempo de águas. Um tempo de sombras. Um tempo que sobra, o destemperado tempo que faz de si mesmo sua melhor obra.
20 comentários em “O entorno nos torna?”
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Mariel,
Me vi e revi em suas palavras. E a frase “Algo em mim respira, ainda que caminhe lento.” já nao saem de minha cabeca.
obrigada por acalmar meus medos e anseios.
Um beijo de fa (teclado alemao sem acentos, sorry)
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Lola, amiga do coração da familia toda aqui. Não tenha medo, são figuras de areia, o vento leva embora e só fica a verdade real, que é você. Beijo com carinho.
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Republicou isso em reblogador.
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Gentes, valeu o reblog queridos!
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Costumo dizer e como descrevi no poema Tempo, muitas vezes damos tempo ao tempo, onde o tempo sempre nos encontra. Somos seres espirituais vivendo uma experiência material, alguns nem se aperceberam de sua matéria e fluem por entre nuvens sem temer o desconhecido, pois em verdade já sabem do espaço tempo que lhes acerca e mesmo nesse “renascer” caminham como se ainda fossem crescer. :-) Lindo seu poema amigo!
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Kambami, te agradeço a alegria da visita. Na verdade, quando escrevo algumas coisas acabam rimando, não sei, às vezes acho engraçado, e você foi muito gentil chamando de poesia. Tenho visitado seu espaço e visto, aí sim, poesias muito sensíveis e reflexões importantes.
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É assim que ocorrem, quando você diz, que escrevendo as rimas acontecem e com isso acredita até em ser engraçado, aproveito nessa resposta e lhe afirmo com todas as letras e rimas, e se as escritas não forem nossa e sim de alguém ao nosso lado? (Perceba que na resposta que dei o engraçado rima com lado) Já havia percebido isso em várias vezes que escrevia assim como percebi em sua escrita. É algo a refletir sim, pois a verbalização é algo muito interessante e me atrai de forma constante. :-)
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É um jeito inusitado de ver, Kambami. Eu escrevo o que vivo, e só falo do que alcancei. Então desconheço se alguém ao meu lado escreve, mas não deixa de ser um possibilidade, às vezes assustadora, ah se é.
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Q lindo! Há tempo p todas as coisas!!
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O tempo todo, como você nos ensina, né Renata?
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Você é ótimo com as palavras!!!!
Abraços,
Fabi
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Valeu, Fabi! As palavras são ótimas comigo também. Não esquece: você é sempre bem vinda, combinado?
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Vou estar sempre por aqui!!! :)
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E o tempo voa…e quando a gente se dá conta percebe que estava com saudades…bom voltar e te ler.
Beijo ternurento
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Clau, que gentileza emocionante esse teu comentário.
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Um beijo ternurento, Mariel!!
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Outro pra ti, Clau.
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Muito bonito! Que viagem!
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No meu caso, uma viagem de volta
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