A única
Foi impressionante, reinou absoluta na minha vida, até entrar no rio de onde jamais sairia. Antes dela mergulhar pra sempre no que há de bom a recordar, é fundamental dizer que não haverá outra. Yara, assim com y, foi amor em todas as direções. Começou no exato momento em que a vi chegando e permanece criando memórias pelo tanto que andamos juntos. Antes do acidente que terminou no rio onde a deixei, percorremos juntos dias felizes e suspirantes. Entendimento completo, equilíbrio absoluto, uma intimidade que enfrentou, alegre e divertida, o que havia de tempo e suas chuvas, além do que existia de sol e as sedes que provoca. Não houve distância entre nós. Posso sentir agora mesmo minha mão percorrendo suas formas proporcionais, unidas por curvas e retas diversas. Sempre fomos táteis, sutis e fáceis um para o outro. Gostava de ver seus enfeites, conhecia um a um os sons que emitia e até o baque no rio, não olhei para outra. Lembro do dia exato, era um domingo dedicado à pescas no Guaíba, praia do Lami, Porto Alegre, 11h45. Chegamos cedo, sem pressa, não sabia que jamais a veria novamente. Nem que não haveria nada que eu pudesse fazer. O sol escaldante exigia Minuano, um refrigerante local, doce como cana de açúcar. Fomos buscar e na volta, aconteceu o descuido. Um gesto em falso, a ponte chega, uma batida seca, ela cai no rio. Depois do susto, apareceu gente de todo tipo, eu em desalinho, sem fôlego e descrente daquela separação. Foi como chegou, causando uma surpresa. Quando meu irmão mais velho me tirou à força do rio, já tarde da noite, ninguém mais acreditava que a encontraria. E foi mesmo a última vez que vi minha primeira bicicleta, uma Monareta Dobramatic, Yara para os íntimos.
Mariel como vc é lindo! Chorei… Já tive uma “Yara” na minha vida. Lembro-me dela até hoje, agora mais do que nunca! Infinitamente obrigada!
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Ana, a gente não vê as coisas como elas são. A gente vê as coisas como nós somos. Feitas as rasgações de seda, Yara é inesquecível. A sua deve ter sido maravilhosa também. Nunca deixe de lembrar, ela sabe e sente hum? Beijos, yarescos.
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Emocionante Mariel 😢😢😢
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Jair, querido, emocionante é poder compartilhar. Grato por isso.
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Que história triste. Amor sempre é amor.
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Mas as histórias tristes não fazem parte de uma vida feliz, querido? Yara tá pedalando pra você, no céu das bicicletas
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Ô, amigo. Que dó. Tivesse lá e teria entrado n’ água contigo. Até eu já sinto a falta da Yara…
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Lu, Yara se sentiu salva!
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A primeira bicicleta a gente nunca esquece.
Que a Yara seja sempre boa lembrança.
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Aparecida, querida. Yara sempre será isso, uma lembrança emocionante. Adorei tua vinda
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nada será como antes, porém, ela será sempre única. como antes. meu abraço.
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Sempre unica, sempre
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Faço minhas essas palavras!
Ela é tão única que sua memória nos rendeu uma emocionante história!
Beijos,
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Ops! Leia-se aconchegante em lugar de aconhegante ;-))
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Li assim. A gente se entende.
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Depois de aplaudir mais uma das suas criatividades literárias, compartilho o prazer de estar na sua extensa lista de fãs. Sou grata pelos comentários no blog sempreviva e o incentivo na retomada dos posts. Não é por acaso que defendo resguardar as comparações… Cada pessoa tem seu universo particular. São as diferenças que iluminam a paleta de cores e criam o aspecto incandescente que causa o encanto do arco-íris humano. Desejo um aconhegante fim de semana a você e a todos que nos leem. Um beijo.
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Querida amiga, me perdoe pela falta de resposta mais rápida. Foi um més absurdo de fio a pavio, de manhazinha até tarde. Nossas diferenças nos aproximam, como penso. Recebe aí minhas mentalizações de carinho, que tu mereces e retribui tanto e sempre. Fica bem.
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Há anos não ando de bicicleta. Dizem que não desaprendemos. Preciso descobrir, rs.
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Descubra! Você vai se (re)descobrir, pode apostar.
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Uma eterna paixão. <3
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Sempre, sempre, sempre
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Todo grande amor tem esse estigma, a gente nunca esquece. Virou sereia… e hoje canta suave pra te acalentar nas noites à margem do rio.
Agora sério, adorei ler isso.
Massss num sei não, me pareceu escape.
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Olha só. Quando Yara chegou, eu era um meninote, estamos falando da pré-história portanto. Aprendi os primeiros pedais com ele, presente de pai e mãe, então imagina o quanto significava. Eu polia todo dia, limpava, arava, colhia, dava brilho em cada raio, lustrava os pneus, uma coisa. Adorei a imagem que tu me emprestas, ela cantando pra me acalentar é simplesmente de chorar num cantinho de tão emocionante. O escapismo talvez more ai: não há como disfarçar meu amor incondicional por ela.
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Aprendi a pedalar em uma BMX amarela… era a bicicleta dos garotos. Menina usava bicicletas com garupa, certinhos e tiras saindo da luvinha no guidão. Mas a minha paixão era a bike dos garotos, que faziam manobras na rua, passavam pelas calçadas, saltavam pilhas de tijolo.
Até os seis anos tive um triciclo e o adorava… até hoje os meus tornozelos são sensíveis por causa dele. Fazia coisas que nenhuma garota se atreveria a fazer com ele. (risos).
Ao completar seis anos ganhei minha Pantera… meu pai prevenido, me deu capacete, cotoveleira, luvas e joelheiras. Aprendi a andar de um dia para o outro… meu pai disse “vai que eu te seguro” e eu fui, confiante de que ele me segurava, mas ele tinha apenas me dado impulso. O problema é que as crianças crescem, mas as bicicletas não…
Bacio
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Lunna, fiquei pensando no teu comentário. BMX é para os (ou as) fortes. As manobras falam sobre a gente, teu triciclo (e tornozelos) que o digam. Pantera era o nome dela ou a marca? Então quando li a frase “vai que eu te seguro”e a tua conclusão sobre ela (pais dão impulso), conclui que tu, tuas bicicletadas e o teu pai estão de parabéns.
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Pensei em tudo, do sobrenatural a uma amor antigo, mas vi a foto…rsrsrs
Maravilhoso seu texto e acho, inclusive, que dispensaria comentários, só que não, obviamente.
Quem sabe, um dia, eu chego perto e escrevo algo assim, tão bem.
A primeira bicicleta a gente nunca esquece, assim como outras primeiras na vida.
Parabéns! Lindo, mas muito lindo seu texto.
Bjoooo
P.S.: Feliz 2016!!!!!
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Tenho uma crença sobre o que escrevo, sabe? Na verdade, descrevo e isso é diferente de escrever. Descrevo o que vejo, é contar o que estou vendo ou – nesse caso – recordar o vivido. Lindo 2016 para você também, com todas as letras!
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Mas o descrever envolve o sentir, ao menos pra mim. E por isso teus textos encantam tanto. Lindo lindo!!! Já sabe.
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É oficial: você é de uma queridisse sem fim comigo.
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Hahaha só porque merece.
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Hahahahaha gente e eu pensado que era uma mulher,é a bicileta olha só mais que coisa hein rsrsrrsrs :D
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Se fez você rir, é o mesmo efeito que as bicicletas causam em mim. Bom demais!
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É perfeito. :D
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Mariel, irrequieto Mariel. Começando a ler a postagem pensei: é pessoa próxima, amiga íntima ou mesmo um amor que se foi. Daí, no final, confirmou-se: era. Abraço.
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Queridão meu. Você, como sempre, conhece os segredos todos nós, os irrequietos. Abraços ciclísticos.
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Sempre foi uma das minhas paixões – platônicas – nunca acertamos as contas.
Escrevo sobre isso em um texto com o nome de inanimada.
texto lindo como sempre, Mariel!
beijo
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E onde está o inanimada? Fiquei curioso pra ler… Sempre é tempo de começar a andar, Mariana. E depois que você começar, garanto, nunca mais vai deixar de fazer isso
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https://marianameggouveia.wordpress.com/2013/02/05/inanimada/
Preciso ainda quebrar essa barreira…Nunca tem um adulto comigo
:)
beijos, Mariel
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Consiga um, por favor!
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Prometo tentar…:)
beijos
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Tente, tente!
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Quantas aventuras ela deve estar ainda a contar para os peixes do rio… :)
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Dulce, que delícia de conforto acolhedor esse teu comentário querida.
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Um nome muito apropriado para acabar no rio. Desde o início já se sabia como e onde acabaria… Excelente crônica.
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Nossa, Yama, mãe da água, como nunca pensei nisso? Minha nossa!
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Minha nossa digo eu! Desculpe-me tive a impressão de ter lido Yara. Mas se é Yama, fica o dito por não dito! ;)
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Não, não, não: eu escrevi errado. É Yara, a mãe dágua. Você está (como sempre) absolutamente certa
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Quando crescer, vou querer escrever tão bem quanto você.
Parabéns, por mais um belo trabalho como de costume.
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Gustavo, querido. Eu descrevo o que vivi. Vendo ou lembrando, anoto e compartilho a experiência. Depois, é contar com corações gentis como o teu, capazes de se motivar com a vida. Grato, de coração, por isso.
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Bah! Imagino a dor dessa despedida. Belo texto! Até!
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Dói até hoje, Marcia. Mas tivemos cada passeio…
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Que é uma só! De cuja espécie não existe outra! Exclusiva! Excepcional! SINGLE! Bjs Bjs <3
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Totalmente single, como tu dizes, usando uma precisão só possível aos galdérios e galdérias.
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<3 Bjs Bjs
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Gaúchos & Gaudérios! TCHÊ! <3
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Muito tchê!
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Eu já estava aqui chorando 😢. Coitada da Yara. Mariel quase indecente: “Posso sentir agora mesmo minha mão percorrendo suas formas proporcionais, unidas por curvas e retas diversas.”
Aí fechou com chave de ouro… Chorei de rir.
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Michele, minha amiga, Yara causou de riso a choro em mim também. Agora, provocou riso em você. Viu? Ela é incrível até hoje!
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Mariel, fiquei meio sem fôlego…
Acho que já estava emocionada, quase chorando, quando cheguei à parte em que você fala da bicicleta!!!
Um texto maravilhoso!
😊🌷
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Silvia, Yara tinha alma, acredite. Nos falávamos, havia um entendimento perfeito. Portanto, sei como ela é capaz de emocionar mesmo. PS: que bom você por aqui.
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Adorei seu conto!
:)
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Aconteceu de verdade. Eu minha bicicleta, que história!
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Que amor… Quero nem imaginar a intensidade dos outros… Mas, se vc quiser compartilhar, será um prazer conhecer. Beijo
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Elaine, você é de uma queridisse emocionante como andar de bicicleta.
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Andar de bicicleta, realmente, é amor!
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