
John Donne viveu invisível na sua época. Esteve aqui entre 1572 e 1631 e era um baita poeta, o que só foi reconhecido muito tempo depois que partiu. Ele inspirou Hemingway no seu “Por quem os sinos dobram”, o que não é pouca coisa. Na introdução do livro, o que Donne afirma em forma de um dos mais primorosos textos já feitos? Mais ou menos que “nenhum homem é uma ilha. Que todo homem é um pedaço do continente e uma parte do todo. Que se um torrão de terra for levado pelas águas até o mar, a Europa inteira fica diminuída. Que a morte de qualquer pessoa me afeta, porque sou parte do gênero humano. Por isso, não pergunte por quem os sinos tocam. Eles tocam por você”.
Almir Satre e Renato Teixeira olham um olhar de natureza para o amor iniciado ou extinto, existente ou ido. John Doone, Almir Satre, Renato, que trio para se iniciar uma semana carinhosa com a gente, em paz com o que se é e com o que se sente, compartilhada em sua totalidade. Dita, escrita, feita por ti. Preciso que você esteja plena, que se apresente a si mesmo e nos entregue, em nome da tua humanidade, o pedaço de eternidade que completa o tempo de quem se ama.
O presente de hoje vem lá de 2008, uma leitura doce, intensa e feliz de uma canção feliz, intensa e doce.
Ora veja, ora vejam. E de novo ocorrem as coincidências, as serendipitias. John Donne escreveu aquele poema famoso, de minha particular predileção, onde o poeta pede à dama que se dispa, para que ele a conheça ,”de lado”, “através”, “entre”. Augusto de Campos transcriou o poema no seu “Anticrítico”. Caetano o musicou. E tem Almir também, que cantou uma de minhas versões preferidas de “um violeiro toca”. Como disse e escrevinhei: coincidência, serendipitia. Karma. Abraço com direito a tapa no ombro e observação do tipo “mas tu, hein? Caprichaste desta feita!”. Aleluia.
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Tchê, tchê, tchê. Deves ser o único vivente a ostentar o triplo tchê, uma honraria igual ao Nobel, apenas mais conhecido. Como sempre uma alegria te receber e ganhar os tapinhas. Ni ombro, no ombro.
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Viver não é coisa? Eu acho. Há de todos um tudo. Esses dias, logo eu que tenho uma diferença enorme com o Corinthians por conta de algumas derrotas coloradas, fiquei fã da torcida. Motivo: a campanha “defenda o jairo”, que luta contra um câncer e que defendeu o timão. Do nada, o amor. Do nada, o acaso. Do nada, a partida. A vida pode ser serendipitia, mas coincidência não é. Sim, caprichei na resposta, o remetente merece.
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Mais do que o texto fabuloso – como sempre – ainda me atrevo a ler o comentário – quase poético – do nosso voador – o Corintiano.
Não fosse pela delicadeza dos abraços eu cantava o hino do clube – com todas as diferenças com o tal time…
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Mariana, me desculpe. Não havia visto o teu comentário. O Corintiano deveria ser pago pelos comentários, visão profunda, um craque. Ele me fez quase gostar do time dele também. Quanto à você, outra craque, a querida e essencial presença de sempre. Vai corintian!
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