Entre

Na esquina de todas as ruas que vivo, há um artista que tece presentes improváveis. Um pacote de suspiros, uma lata de vontades, várias duchas de água fria, um pé de alegria, todo tipo de prece pra qualquer desejo pendente.

Entre em portas entalhadas por mãos habilidosas ou pelo tempo que as torna hábeis e estarás de frente pra todas as ruas onde piso descalço. Ali lembro de ti se faz sol ou quando chove um pouco, bem mirrado, um trapo de água doce, um naco fino de uma noite aguada, um veio dos diamantes azuis e seus brilhos silenciosos.

Já disse hoje? Já dei sinais, acendi fogueiras e subi na arvinha que a gente tem. O certo é que estou ali, onde parece que adormeço mas o que faço é vigiar a noite para alma que amo encontre o sol, brinque na rua e se quiser dormir, esteja tudo bem.

Publicado por

Mariel

Vale o que está escrito

10 comentários em “Entre”

  1. Sei que nessa porta nem preciso bater, ela se abre apenas em me ver, nesse cantinho ando sempre também de pés descalços, mas não somente eles as mãozinhas gostam de pegar doces também, aquietam a alma e me fazem bem. Simplesmente linda sua poesia, abraços mil, ganhei o dia.

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  2. A partir de agora, as esquinas terão em mim, além de Cesariny – “Em todas as ruas te encontro” – tu…
    Já é assim quando vejo uma bicicleta ou o vermelho – embora tu ande muito azul – arghh! – a leveza do artista que tu é…
    *ps: perdoe os erros gramaticais… oxe!!

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    1. Pelo que deduzo desse comentário querido é que temos uma colorada no recinto. Se é fato, acredite, sou do time fiel, mas azul tem a ver com preferência de outro porte, mas que em nada deve assustar o nosso glorioso Inter.

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