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O que sinto não há como ser extinto. São datas de outro calendário. São festas de aniversários invisíveis. São pontos indivisíveis e que se multiplicam em si mesmos. Penso, logo vejo a alma do infinito e toco o cotidiano das coisas. Eu tomo, chamo e tenho. Tenho uma alminha feita de silêncio eloquente, feita de um amor antigo da gente e feliz por permanecer em erupção.

Publicado por

Mariel

Vale o que está escrito

5 comentários em “*.* *.*”

  1. Queres entender o que move um poeta ou prosador? Pense nas coisas que te pegam pela alma e arrastam àquele mundo de sonho abandonado, a saudade do que não tens lembrança e resiste, ainda que haja passado o tempo uma vida, de todas as vidas de todos os homens até o último dia da criação. Se não tiveres alma, apenas reflexos condicionados, pense naquilo que te realiza e tens de fazer a qualquer custo, sob pena de murchar. O ctônico vem do grego chthónios e significa subterrâneo, ou infernal, aludindo aos mortos e energias de reverso no avesso do Cosmos. Demônio vem dali também, daimónios, que deriva de dáimon. No cristianismo é reinterpretado para indicar anjo mau e, sobretudo, Satanás ou Príncipe das Trevas, um “irmão” antagonista de Cristo. O termo não era compreendido assim na Antiguidade grega, quando dáimon significava apenas uma divindade inferior, boa ou má, tipo o Exu Literato. E como divindade protetora, correspondia ao genius dos romanos. Também o gnosticismo é conhecimento filosófico-judaico, sincretismo que uniu elementos persas, judeus e dos cristãos neoplatônicos. Parabéns pela inquietação. É o caminho para dar sentido àquilo que parece não fazer sentido algum.

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    1. Não sou poeta, nem prosador, mas fico feliz porque você parece saber fundo à respeito. Acho que estou além dos reflexos condicionados, gosto de pensar isso. De qualquer forma, o descritivo é quase uma pintura. Todo o resto bebi feliz pelo que recebi de profundo. Diria que é mais do que inquietação, é praticamente o que me move. De qualquer jeito, adorei o parabéns.

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