
Ando de mãos dadas com Sartre ultimamente. Mas olha se essa frase não é de ficar fascinado, num cantinho, pronto para sair do nada e chegar ao ser:
“Escolher é um exercício de liberdade. Mesmo que sua opção seja a de não escolher, ainda assim será uma escolha. E ainda assim será liberdade“.
Respeitar escolhas, olha como as coisas se comunicam, é um dos preceitos do budismo. No cristianismo, há muitas passagens sobre isso, do tipo “existem muitas moradas na casa do meu pai”, como quem diz haver um universo de escolhas a serem feitas. Platão é dual, o mundo das ideias e o mundo real: são poucas as possibilidades, mas são pelo menos duas. Onde amarro Sartre nisso tudo? É que se a existência precede a essência (conceito dele), vejo nisso o que? Escolhas. O que fazemos do que nos fizeram. O que construímos nos atos cotidianos que habitam em nossas narrativas. O que escolhemos viver e ser a partir disso, apesar disso, por causa disso.
A impressão que me dá é que fomos criando trilhas culturais, desculpas tolas, regras de bom comportamento, aceitações gerais, zonas coletivas de conforto e carimbos emocionais tantos e tão numerosos que é praticamente impossível ter uma “vida que valha a pena ser examinada“, como diria Sócrates a respeito da existência bem aproveitada, assim, no sentido de plenitude e alcance.
É uma forma, uma das muitas, inúmeras, diversas formas de ver o mundo, de dar um sentido aos dias. É mais ou menos como entender que “o destino do caminhante não é o caminho, é o caminhar“, tomando emprestada a linda frase do Antonio Machado para coloca-la na prática dos Joãos, das Flávias, dos Egbertos, dos Gismontes. A humanidade não é uma perspectiva, uma opinião, um certo ou um errado. Reduzir o que temos de humano a um jogo entre casados x solteiros é quase má fé filosófica, outro conceito sartreano. Elevar o que representamos como humanidade a um nível divino também, porque não nos sobraria nada. Somos os erros que cometemos, os acertos que obtivemos. As pessoas que inspiramos. As histórias que escrevemos, os horizontes, os desejos e as escolhas que registram o que fomos capazes de realizar a partir delas.
No fim das história, pra trazer Sartre de volta na nossa conversa, só no fim dela é que seremos. É depois da nossa viagem que a humanidade dirá no que ela se transformou após a nossa passagem. Canto contigo. Conta comigo. Leio em você. Tenha comigo. Estou do teu lado porque sendo amor é isso que ele gera, as janelas do sempre. A minha escolha é a gente.
O presente de hoje é uma história encantada, quem sabe porque o amor nos deixe puros e tontos se alegria
Não escolher é escolher deixar o outro escolher por nós, mesmo quero outro seja o acaso…
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Bom ponto. Mas se deixamos que qualquer outro escolha por nós isso será uma escolha nossa
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Exato!
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Reafirmei o a vc disse. Não escolher é escolher. Mesmo que seja escolher deixar o outro escolher por nós.
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Entendi assim também. Concordamos, sem dúvida.
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Felizes dos que escolhem/vivem as tonteiras do amor!!
Já agora, que seja um fim-de-semana cheio de boas escolhas ou de bons acasos!!
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Um viva dos grandes!! E uma vida memorável!!
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Escolher ou não escolher… estamos escolhendo, sempre. Lindo texto, abraços.
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Bia, que bom te receber. Escolhemos sempre, é a nossa boa sina
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A difícil arte de fazer escolhas… num tempo em que os caminhos são sempre os mesmos e nem sempre a gente quer caminhar, mas ficar pelo caminho também não é uma boa idéia. Tem atalho para fora dessa realidade? Desconfio que não, mas a gente brinca de inventar uns… bacio
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A gente inventa de brincar, brinca de inventar e faz as duas coisas ao mesmo tempo!
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Conta comigo em torcida, reza e fé! Abraço
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Vc é do clube dos super queridos
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