Do nada, o fone informa 3 ligações perdidas. Lotado de remédio para manter a falta de lucidez, ela ou ele não sabe mais quem é ou são, nada é ou são, ouçao, a tontura é permanente, as paredes são brancas, a pirula de dormir, rosa. Perdeu-se em ligações esperadas, escondeu-se de visitas impróprias e do nada, 3 ligações perdidas. Era uma urgência, era saudade, era uma volta, quem era? Quem toca? Como saber, se o número chamante era o numero perdido, Alice na toca, quem toca?? Atende, postula a voz, finge, estica o braço, derruba o fone, batendo sono, tudo gira, alô, é você? Retida em toques de recolher, exilada de quem ama, com fome e quilos a menos, a alma amante se encolhe diante da allminha amada. Dói a cabeca, o dedão, silêncio, o desejo recolhido, o nervo derrotado, o emprego longe, o milagre desejado, o sim não visto, o visto americano, o não te demora, o vai-te embora, quem era, era voce? Era o que se perguntava, expiando o fone, espiando a saudade, o smor, a distância e o fato de não existindo, continuar ainda assim sentindo, amando, sendo a tua parte escondida da lua, teu exílio, a canção de Fábio, a lembrança, o desejo e o medo de que vindo, fosse de passagem. Sempre era sempre, soube desse longe no tempo
Alô? Foi a pergunta não feita. Quem é vc, se perguntava e queria saber.
3 comentários em “Reaparecimento”
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Ah, que saudades dos seus textos!
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Dona Gouveia, não me faça chorar
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