
E se formos formados também de um tempo criado, estabelecido por trópicos, linhas, movimento solar? Então talvez cada um de nós tenha um horário próprio, interno, indiferente do segundo passante, do minuto restante, dessa gente que tic tac tic tac tic tac e passa.
Quem sabe quanto mais próximos (ou distantes) do paralelo 30, tu não me sintas da mesma forma que eu te perceba. Nem à flor, a chuva, o chapéu, a greve de fome, a importância, o aroma, o bife, estar contigo no sábado ou a dureza das despedidas. Talvez eu não saiba de ti. E mesmo que me digas, posso estar (como tu) em um tempo fora de mim e assim, não te compreendas ou não me queiras, não te entenda ou não me vejas. O que sei é que mesmo assim, nos teremos porque tecemos linguagens próprias, carinhosas, é desimportante o nome que dão.
E se o que percebemos não seja o tempo, mas fusos uns dos outros, um momento, um instante, elementos, encantamentos, tiques verbais, ansiedades, separação de mentira e amor de verdade? E se não for escrever o que me acalma, mas sim escrever pra ti, saber que me lendo te tenho? Ver que decifrando palavras te devoro e que me olhando em frases, me decifras?
E havendo almas que se alcançam e que se alcançando apenas se amem e se amando se queiram bem? Almas que passam pelo tempo, dando a ele pouca importância e muito movimento. Almas no mesmo fuso, mas sem a doença das fusões. Almas vivendo suas horas, se oferecem ao outro por se terem, por se verem e por amor.
Que texto biito!!!! Adorei!
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Roseli, tuas visitam né animam, escrever pra ela me acalma, olha que descoberta
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Sempre *
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Querido, por quê minhas lágrimas sempre que leio suas palavras? Sempre, sempre em tudo teu uma grande emoção. Sim, eu sei: é meu o sentimento. Mas, se meu, em quê és a fagulha? Não, não me leve a mal; longe de mim me apropriar do que pertence a outro coração! Mas é que sinto saudade de um tempo que ressurge no seu texto. A sua palavra é meu saco de guardar confete, sabe? E choro. Você, sábio, consegue me dizer o porquê? Abraço, Mariel.
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Anna, que gentil é você, que resolveu o próprio enigma: seu choro e sua emoção falam de ti e o que escrevi para alma que amo é sim dela, mas me alegro que tenha sido uma ponte para acessos importantes. Penso que o que nos aproxima são as humanidades, o que nos assemelha é o intento de ver no outro o reconhecimento daquilo que somos, sentimos e causamos. Por isso também te festejo: foste capaz de me lendo, se traduzir
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Que espelho, Mariel! Não fui gentil, fui egoísta. Como desde a primeira vez. Minhas dores me consomem e você as traduz, consola, lê com precisão. Não me impute gentileza. Há muito afeto por você, desses de outro espaço, outro tempo. Há nostalgia de um tempo desfrutado e perdido. Mas a gentileza está nas tuas palavras, na tua entrega aqui, no calor que você proporciona aos teus amigos! Fico feliz de te saber disposto a me responder. Um grande, grande, morno abraço!
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Continuo achando gentil. Mas hoje tô precisando de um tanto disso. Sou grato pelo abraço que recebo
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😘
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