
Suspiro por folhas. Acho mesmo que tenho uma quedinha por elas. Ao vê-las, há uma avenida principal e ruazinhas arrumadas em transversais. Também percebo miúdas ruelas que só se vê bem contra o sol. Folhas de hortelã dão cheiro bom e e um chá gostoso, quando tomado na temperatura certa. Folhas de 4 trevos dão sorte, ainda mais se você tiver com quem dividi-la. Folha de bananeira significa banana por perto, o que é uma ótima ideia. Minha cidade fica colorida de folhas multidiversas nessa época do ano. São tantos tons, é a orquestra da estação em que quase tudo me toca. Elas me fazem parar para entendê-las na pequena delicadeza de um artesanato. Os astrofísicos que se debrucem nas questões quânticas e resolvam as incertezas do espaço-tempo. Eu quero ver as folhas sem saber de onde vieram, apenas apreciando a beleza que oferecem do instante que surgem ao momento em que se vão. É uma dança na passagem das coisas. Pensamentos inanimados. Lembranças consteladas de todas as árvores existidas. Quando provocadas pelo vento, dançam. Expostas ao sol, queimam. Depois secam e adiante do depois, somem. Essenciais para alguma coisa que não sei, existem pela evolução nos séculos e séculos dos séculos. E são só folhas. Como são só pedras. São só estrelas e, no caso de muitas dessas, nem estão mais lá. No entanto, encantam. E indicam possibilidades de sendo o que são, promovam trocas e levem pequenos recados, para a glória da vida inteira das folhas.
Representam as fases da vida até a morte.
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O ciclo das coisas.
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Exato isso. Muito exato e muito isso.
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Que captação fantástica Mariel.
Um ciclo, uma vida.
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Tudo é instante casa m início, muitos meios e fins.
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Belíssima divagação outonal!
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Dulce, minha amiga além-mar. Grato pela genteza do comentário
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