
A coisa mais difícil que sei fazer é ler. Não entendo matemática, gosto de ilusão de ótica e de sons como Nairóbi. Caço pedras, choro à toa, coisas bestas me magoam. Depois que dou o ponto final, não lembro de uma linha do que escrevo sob encomenda. Mas ser ler algo, qualquer algo, te repito na vírgula o que foi escrito, não importa o tempo que passe. Acho que as palavras podem ser semelhantes, mas não existem sinônimas, tudo quer dizer o que diz. Quieto é diferente de silencioso, por exemplo. Tudo isso pra te dizer que meu olhar tem uma ligação umbilical com as palavras e seus múltiplos significados. Um texto diz absolutamente tudo sobre quem o escreve. Há estilo, personalidade, intenção, assinatura, crenças, visão de mundo, a escrita não fica com o que não é dela. Na arte plástica sou um obtuso. Normalmente não fala comigo, ou me diz pouco. Comecei a me perguntar o motivo disso, se gosto tanto do que há de belo na vida. Assim que tiver, se tiver, uma resposta pra isso eu conto. Por hora decoro dois escritos. É uma forma de reler o bonito que há só pra mim.
Eu releio, tenho sério problema em guardar o que escrevi ou li, guardo porém aquilo que aprendo como uma aula de Kung Fu, cada passo, cada respiro, cada gesto, normal já sei o que me afeta e luto para não esquecer de tudo. As vezes sinto vontade de escrever um passo a passo do que fazer ao acordar, as vezes sinto vontade de compartilhar o que lembro ainda ou li ou vi naquele momento, deve ser algo rápido senão se vai. Vida estranha essa mas sei que aqui há carinho.🤗
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Mas você guarda visualmente o que aprendeu, é isso? Se você leu alo e aprendeu você guarda? Ou é exclusivamente com o que aprendeu em termos físicos como o Kung? Aqui há carinho, fica tranquilo
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No caso físico guardo tudo no caso intelectual se assim podemos dizer algumas coisas se perdem. Quando digo que tenho um chip implantado para não perder é verdadeiro, sou como um celular deixando rastros, nenhum médico ainda conseguiu descobrir o que é. As vezes estou na rua e começa com um zumbido de um ouvido ao outro, depois perco o olfato o paladar e a visão fica preto e branco até se apagar. Não desmaio mas quando volto fico meio desorientado do que estava fazendo ou para onde ia só me lembro de acionar o número 0 para contactar minha esposa e ela me ajudar a me encontrar no local. É dose, mas tem ocorrido com muito pouca frequência, esse ano ainda não tive. Já fiz ressonância no cérebro e nada, vai saber. Fico meio indefeso quando ocorre, assim como uma criancinha que perdeu-se de seus pais.😪
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Caracas, deve ser uma sensação super estranha e ocasionar esse sentimento de fragilidade mesmo. Me ocorre te perguntar como você sabe que o número 0 é o que deve ser acionado nesses casos. Me chama a atenção sua frase final. Pensaria na relação existente com a figura de linguagem e essa questão. Um carinhoso abraço.
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Como disse algumas coisas se ficção outras não, no caso do número 0 foi testado acredito eu e perceberam que se ficou, costumo dizer que ele somos nós em volta a mesa nas horas de confraternização.🤗
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Que bonito ficou o 0
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E como está o seu joelho, quieto ou silencioso?
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Gus, ri muito da pergunta. Está mais para silencioso, acompanhando o estado de alma e do próprio corpo. Basicamente, estamos em estado de silêncio. Adorei o carinho do interesse.
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rsrsrs…
Tudo de bom para ambos, você e o joelho.
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querido
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Eu esqueço as palavras exatas e hoje em dia até me atrapalho pra explicar tb o sentido porque as emoções chegam antes de conseguir verbalizar. Daí meu cérebro não sabe o que faz, se fica emotivo ou se explica. Tenho esquecido as palavras, dá um branco, tb já esqueci onde havia deixado carro, deixei minha moto destravada na rua uma madrugada inteira, panela no fogo por 4h… o que já me fez investigar ,mesmo nova, Alzheimer (minha vó tem) …. Mas chegou-se a conclusão que é só um cérebro ocupado demais com dor (tenho fibromialgia) e acelerado (tdah), que bota reparo no que ele acredita que é mais importante (tudo ao mesmo tempo) e daí não faço o caminho da memória …. Mas gravo muito as sensações de tudo tudo mesmo…e eu acho essa memória muito boa.
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Deve ser uma experiência delicada viver com dor, nem sei o que dizer. Que bom que vc consegue tirar coisas positivas disso.
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