Dose claríssima

Na entrada da agência onde estou trabalhando.

Te disse que não senti tanta falta assim dos pedais. Nem menos, nem mais.

Cada vez que conversamos, me entregas doses e doses de lucidez da boa. A que se encarrega de levar embora o que era um vício do pensar, um exercício de concordar com o que eu mesmo me digo. É diferente quando vens e me apontas um canto estranho ou diferente da lógica auto indulgente. É quando me sinto desintoxicado das certezas, o afeto faz ninho e dorme sem tremer da chuva ou do frio. Assim, aquecido, me esqueço das gingas sofistas, mesmo nesses tempos onde estão reabilitados. Afinal, a verdade é um péssimo exemplo. Então ela chega, clara como só Clarisse sabe ser. Chegou via blog, a moderninha. A reproduzo aqui, mas antes confirmo algo. Tuas vindas e aparições, tua vida e declarações, nada em ti quero que passe desapercebido. Por isso, mais do que escrever, te olho. E mais do que isso, procuro te ver.

Sempre me restará amar. Escrever é alguma coisa extremamente forte mas que pode me trair e me abandonar: posso um dia sentir que já escrevi o que é meu lote neste mundo e que eu devo aprender também a parar. Em escrever eu não tenho nenhuma garantia.
Ao passo que amar eu posso até a hora de morrer. Amar não acaba. É como se o mundo estivesse a minha espera. E eu vou ao encontro do que me espera.

Publicado por

Mariel

Vale o que está escrito

10 comentários em “Dose claríssima”

      1. Obrigada amigo Mariel…tenhamos todos entusiamos…enquanto a vida tudo vale a pena ainda que pedras encontremos no caminho…bora amigo!!

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  1. Escrever que ama pode trair seu sentimento amoroso. Mas o amor amado poderá não se convencer da palavra que tão amorosamente saiu de seu coração e eventualmente sairá pela porta que entrou…

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