Repente

Não sei porque chegamos ou nos vimos. Porque nos embolamos, nos repartimos, nos abraçamos, fomos indo, tropeçando, alguém cantava, disso lembro. Acho que era setembro, sei que era sim. Tinha uma canção que dizia que a flor do campo se chama alecrim. Outra havia, de um povo de um lugar que cantava. Há o sempre, sempre presente. E o até que significa mais do que até, muito mais. Sabe aroma que sai das folhas de hortelã quando se aperta bem? Conhece o perfume que sobe quando a chuva molha a terra? Se enrosca aqui que a melhor parte da vida é a dividida contigo. Canta aqui, uma alma enluarada ou não canta é nada. Só seja uma noite dos mascarados. Seja por quem os sinos dobram. Meu Analista de Bagé, meu pé de laranja lima. Seja o que quiser devagar, como quem já se desvencilhou da pressa. Viver é um menino sapeca. Ou uma menina que sobe em árvore. Pise na grama, visite uma ilha encantada, chegue um dia diferente do seu jeito de sempre chegar. Na dúvida, seja o que quiser. Na certeza, procure um analista porque nada é certo. Seja sempre. Seja quando. Seja enquanto quiser. Disse hoje, muitas vezes. ***

Publicado por

Mariel

Vale o que está escrito

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