
Tem coisas que cabem em qualquer cantinho, tão grandes que são. Entram no pensamento, reencarnam do nada e, sem esperar sinal ou pedido, entram no dia e na alma. Marcadores de livros. Visitas a livrarias. Livros. As histórias que estão dentro dos livros. Os escritores de livros. Os livros que só você tem. Os livros que nos descrevem. Oito. Infinito e, desse, um pedaço. É como se fosse possível ter um naco de infinito, um infinito menor. Desses que se pode levar no bolso, como O Pequeno Polegar. E tirar do bolso, sapecar um beijo e manter tudo a salvo, dentro de um mistério, que tirando a roupa vira segredo e fica na palma da mão. Um infinito marcado, a brisa do eterno instante, menos um espaço e mais uma emoção, um frio, um quente, uma cesta de 3 pontos, um minuto a mais, um minuto a mais, um minuto.
Tem coisas que são minúsculas por serem feitas no intenso calor do carinho. Contornadas como quem sopra vidros, um talento raro e desapercebido. Um guizo, andar alto, vista larga, imensidão em uníssono. Laço, espaço, riso esculpido, filmes, canções e falas como “Moça de sonho e de neve, me leve”. Esse ínfimo infinito, uma brecha pairando no tempo, um feixe da cara do pleno, algo parado no ar, beija-flor, Demônios da Garoa cantando com Arnaldo Antunes e Mônica. Hoje fiquei pertinho, quase ouvia tua tua respiração. Fiquei ali um, senhor dos portais que dão em nós, precisava sentir teu olhar interminável e pequeno. ***
Seu texto são mais dois minutos de infinitude, Mariel!
CurtirCurtido por 1 pessoa
Eita coisa boa de se ler, seu queridão!
CurtirCurtir