Bunker

Quem estará nas trincheiras ao teu lado?
‐ E isso importa?
‐ Mais do que a própria guerra.

Você me acalma, alma, você me acalma. 

Ainda que me confunda (mar tem onda), 

mesmo assim, estamos de acordo que me 

acordas e não há nós nos amarrando 

a nada. 

Que eu te acalme, alma, que te acalme.

Ainda que te aponte os escombros

que te escondem a face, mesmo assim 

(ou por isso mesmo) nos tornamos 

residentes mútuos, moradores um do 

outro

Nos tornamos. 

Tornamos a nós. 

Sou casa, 

você vive

na morada. ***

Publicado por

Mariel

Vale o que está escrito

6 comentários em “Bunker”

  1. Já escrevi uma vez, veja bem você, atento e suspicaz Mariel, que poesia é ritmo. Não importa a mecânica do poema. Se ele é branco, rimado ou todo balizado pela métrica. Ritmo! Tem que ter. Ritmo. Cadência. Balanço. Deixa eu ser fresco, então: o teu prima pelas aliterações gostosas de escandir: “…me acALMA, ALMA…”; “…estaMOS de aCORdo QUE ME aCORdas…”; “…não há NÓS NOS amarrando a NAda…”; “Que eu te acALME, ALMA, que te acALME”; “residentes MÚtuos, MOradores um do outro Nos tornaMOS.”; “TornaMOs a nós. Sou casa, você vive na+MOrada.
    Sem contar os “nós” que você junta, ata ao “nós”.
    Como eu disse, eu queria ser fresco. Gostei. Muito.

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    1. Querido, querido, queridão. Ritmo é pra tudo nessa vidona. Fico mega contente que vc tenha percebido os pequenos contratempos que coloco na melodia. Sendo fresco, que delícia ter a honra de uma leitura atenta. Nossa, vale o ingresso.

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