Mar é uma metáfora gigante. Cheio de surpresas em suas rotinas, vai e vem beijocando a areia da praia. Mantém dentro de si petróleo e peixes de tamanhos variados, alguns enormes e misteriosos. Outros feios, o que não se pode dizer das baleias. Correntes marítimas são vias, sugestões líquidas para onde se vai de carona. Em alto mar, não há terra à vista e o olhar se perde em toneladas de água por onde o barquinho vai: não importa o tamanho das embarcações, serão eternamente minúsculas singrando, pedindo permissão de passagem, que será dada ou não.
Quando agitado, mar é arrebentação. Por onde passe, nada adormece e o grande sonho é mar calmo, formador ruim de bons marinheiros. Conclusão: somos forjados nas tempestades, a experiência é um conhecimento que nos torna tudo, menos impermeáveis na jornada.
Ondas marítimas divertem surfistas ou se tornam novidades tsunâmicas. O mar é um atlântico moral, não fica com o que não lhe pertence. Corpos, garrafas, pedaços de barco, nada que não seja ele mesmo permanece em suas profundezas ou companhia. Faz da Terra uma ilha interessante, mesmo vista de longe, vestida de azul que lhe empresta. Te amar é sempre. Rimar é com poetas. Gamar é antigo. Sigmar é cineasta. Mariel começa no mar. Maria, um nome temperado com o sal da terra. A humanidade está fora de si. Como vejo, precisa se acalmar.
Ilhas, desertas ou habitadas, pertencem ao mar que as cercam. Podem ser agitados, indicando ferocidade. Pode ser gelado, mostrando uma certa humanidade. Por ser longe, convidando ao movimento desejado. O fato que o mar é uma metáfora gritante sobre mudança perene. Não permite (dando o exemplo) que sejamos um mar morto por dentro, por esquecimento, por nada. É preciso avançar, porque navegar é preciso e inexato. Remar é uma escolha abençoada, cujo motivo é a essência que nos leva a navegar. ***