Dias

Blues, todos os dias blues.

Essa coisa de Dia dos Namorados, das Mães e dos 7 anões enche um pouco a paciência. Um pouco não, muito. Natal, Cosme & Damião (nunca ninguém pensou nesse nome para uma dupla sertaneja de cunho umbandista?) e o meu aniversário também são momentos bem chatinhos de se experienciar. Ninguém percebeu ainda o truque? As datas, nomes e palavras não significam nada, a não ser que você olhe para eles dentro dos olhos e encontre alguma coisa que represente algo de fato. O resto, como diria Fernando Pessoa, “são sombras de árvores alheias”. De minha parte, rego minhas rosas e sigo meu destino, como ensina a canção cuja letra transcrevo e assino embaixo.

Segue o teu destino,
Rega as tuas plantas,
Ama as tuas rosas.
O resto é a sombra
De árvores alheias.

A realidade
Sempre é mais ou menos
Do que nós queremos.
Só nós somos sempre
Iguais a nós-próprios.
Suave é viver só.
Grande e nobre é sempre
Viver simplesmente.
Deixa a dor nas aras
Como ex-voto aos deuses.
Vê de longe a vida.
Nunca a interrogues.
Ela nada pode
Dizer-te. A resposta
Está além dos deuses.

Mas serenamente
Imita o Olimpo
No teu coração.
Os deuses são deuses
Porque não se pensam.

Estamos em extinção. E nem somos tão simpáticos assim

Uma griffe de roupas da Islândia fez um anúncio que diz mais ou menos “Respeite a natureza, mas não espere essa reciprocidade toda”. Eu tropicalizei o título, mas o básico é isso. Achamos que isso de poupar água, separar o lixo e usar bicicletas é uma colaboração importante com o planeta. Não é. A Terra troca sopapos com asteróides de muitos tamanhos todos os dias, numa espécie de MMA universal. Você acha mesmo que ela não pode com a gente? Pode e se sacode às vezes, manda muita água em outras e brinca com os vulcões. A Terra sempre soube livrar-se dos seus habitantes inconvenientes como os dinossauros e alguns políticos. Ela pode esperar muito tempo para tomar providências. Tomara que a gente tenha sacado o seguinte: toda paciência tem limite.