Dilma afirma que investiu 12 quinquilhões de reais no Pronatec. Gagueja, mas diz. Aécio sorri e balança a cabeça, contrariado. Obviamente, qualquer um sabe, o ideal seriam 24 zinzilhões, motivo pelo qual o governo que aí está não deveria estar aí.
Olhos cheios de lágrima, a presidenta gagueja e relembra a primeira missa que Lula oficiou no Brasil, assim que Cabral desembarcou. Houve aquele probleminha na troca de espelhos, parece que não eram da marca combinada, ficou caro, assim não dá, mas passou quando o Pero Vaz de Dirceu foi preso pela primeira vez. Ufa, ainda bem que era de menor.
Na versão de Aécio, quando Deus perguntou para Fernando Henrique o que ele deveria privatizar, a resposta foi “faça a luz”. O resto da história você conhece: tudo que existe na criação foi testado antes, em escala acadêmica, pelo PSDB.
Pessoalmente, acho quase inacreditável que alguém ainda vote no PT depois que foram pegos, do jeito que foram pegos e da forma que se explicaram quando pegos: não baixaram os olhos. Não ficaram vermelhos. E não gaguejam. Ah, mas o PSDB também rouba. Ah, mas o congresso é pior. Denunciem o PSDB inteiro. Prendam o Fernando Henrique. Tirem o excesso de pó da cara do Aécio. Tá bom, a frase foi dúbia, mas fama é fama.
O ponto não é o que falam sobre qualquer outro partido ou político. O ponto é o que já se provou contra o PT e os membros dessa quadrilha: é de deixar gago mesmo. O Partido dos Trabalhadores trouxe desonra para o partido e para os trabalhadores, empobreceu as discussões e não emprega a letra s no final das frase. O mussum também fazia isso, mas era um erro proposital. Em Dilma e Lula, é um erro com um propósito: o de pretensamente reproduzir a linguagem do povo, o mesmo povo para quem deveriam servir de exemplo e não roubar dele até as formas equivocadas de expressão. Mas o grande problema é terem dito que a esperança venceria o medo. Que não roubariam e não deixariam roubar. O que se viu e se provou é que roubaram e incentivaram o roubo. Mais do que isso: nos fizeram ter medo de um sentimento tão bonito como a esperança.