
É tudo temporário e não há como saber, inexistem garantias, selos internacionais ou certificados inalteráveis. Mas entre o volátil das coisas (porque são coisas e essas habitam um mundo que as condena ao desaparecimento), existe algo. Está lá, você percebe que pulsa, você intui a presença, você sabe o inexplicável. Não é uma crença, é a existência vista a partir do invisível e do inevitável. É o conhecimento apartado da razão, eis a força da natureza agindo. Entregue a esse poder, uma pergunta torna-se urgente e calmante ao mesmo tempo. Você também pressente o infinito assim? Olhe bem, não tenha pressa, mas compreenda, trata-se de lógica existencial. O finito não tem um fim. É o infinito que tem. Não são duas percepções de algo. É um entendimento particular que não dá margem ao esquecimento do todo. O infinito tem um fim em nós, não há subjetividade nisso. É o nosso lugar no cosmos. Você pode adiar o quanto desejar a sua chegada, há coisas sempre a fazer. O que não podemos é ignorar a existência e rumar por ela, navegantes.
Depois de um encontro como esse, que movimenta o universo, tanto faz o que se faz, a cor do cabelo, o país de origem, se Portugal é um destino viável, qual o nome escrito na carteira de identidade, aonde vamos morar. O que define o afeto com alguém não é a sua capacidade de saber quem estará junto na trincheira. Pelo contrário. O que define um afeto é saber com quem se quer estar em tempos de paz. Como disse no início, todo resto é temporário. ***