
Carinhoso, do mestre pixinga, é dessas coisas que você não precisa explicar, basta entender. Talvez por isso ele tenha dito que não sabia o motivo, mas que isso não interessava:
Meu coração, não sei porque , bate feliz quando te vê
A estrofe seguinte é um curta metragem. Descreve quadro a quadro a expressão do apaixonado, a emoção que lhe causa o apaixonante. Não é um curta, pensando bem. É um quadro de natureza viva onde o outro se vai porque precisa fugir para não se entregar
E os meus olhos ficam sorrindo e pelas ruas vão te seguindo
Mas, mesmo assim, foges de mim
Todo ser amante entende que seu amor é único, desconhecido e inédito. Ao experimenta-lo em teores de verdade, inocência, ternura e consistência, fica aquele que sente certo de que seu afeto faz todo o sentido para a alma que ama.
Se o convite para “sentir o calor dos lábios meus à procura dos teus” é um pedido emocionado, a continuação é quase uma súplica:
Vem matar essa paixão que me devora o coração e, só assim então, serei feliz, bem feliz.
O final é lindo, mesmo que eu não concorde muito com ele, já que entendo que felicidade é uma responsabilidade pessoal e intransferível. Mas combinado está, foi o pixinga/braga que fizeram essa obra prima. Quem sou eu? Ele deve estar muito certo. Azulzinha, eis um bilhete carinhoso pra você. Espero que tudo em ti esteja feliz, bem feliz.