Eu quero que você seje-se

Alma, anime-se e aninhe-se. Temos van Gogh, vick vaporub, risos e a palavra “amiúde”. Presenças, presentes, grandes ausências, um chinelo antigo (e adorado), o Papa argentino, o Chico que canta “quem é você, diga logo se gostas de mim”. Dispense o motivo, motive a esperança e acenda a luz na sala, na cozinha e na varanda. Beba um gole de vinho, able com um estranho em espanhol, caminando en la hierba. Plante um livro, leia uma árvore e sintonize uma rádio AM em Nairóbi. Tome um sorvete de sabor diferente. Se derreta, quebre o gelo, aqueça. Trepe numa goiabeira, mesmo que você tenha pensado outra coisa. Entre e fique à vontade. Modéstia à parte, orgulhe-se, salte, pule, ligue o som no último, invente uma palavra tipo funfla, se deite na bagunça, afunde no sofá. Tome um chazinho quente, experimente, ali adiante tem uma rua, dobre a esquerda, ria da direita, acesse um fliperama, diga que a ama a quem ama. Não se acanhe, lance uma moda, dance, dance, dance ou ande de bike num domingo à tarde. Cante no chuveiro, note a falta de alguém, comunique que hoje não tem janta, mesmo que o certo seja jantar. Faça sucesso, eleja o um excesso de estimação, abrace um desconhecido e converse na lingua do P. Fale, intua, cale, acalante. Fique, siga adiante, descompromisse tudo o que puder. Lide, vide seus verso, viva sem revidar, valide, imprima, resista, habite-se.

Nem é um presente, é só uma lembrancinha.

Vania Abreu e Marcelo Quintanilha em show ao vivo.

Discurso

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Neste momento onde o pais se expõe aos seus eternos discrutínios, notória é sua exprecência e precisamos agir. Não seremos os superlativos adjetivados, resistiremos quanto se possa às reticentes bossas desses geradores de gírias impériclas e diria mais, se não dissesse menos, que por hora é o que temos. Interrogações varzelian nossos campos e palavras nos faltam, além de evitarem os inevitáveis abundamentos sofísticos, elísticos e parece que o Inter ganhou. Levantaremos velas, mares e enfrentaremos irrefreados de tudo um pouco, ainda que não se saiba a exata medida dos quadris que perfilados sugerem um movimento, mas a sugestão não será aceita, alguém dirá bobagens e um sujeito chamado Olavo vai baixar a mão no baixinho de nome Sinval, uma loucura. Azeitemos sandubismos mortadecímacos, mas não passarão os viveres retintos, instrumento de tal valia que substituiria a falácia palavrínica, houvesse algum sentido nessa mão única. Pasmem, paspalhos. Mamem, bebês. Corram de tudo um pouco, é chegada a hora. E tenho dito.