O cubano e o amor

Silvio Rodriguez é uma pedra no caminho da palavra fácil. O bom cubano não deixa barato: o amor dele é de virtude, uma arte de paz. Ele acredita que esse sentimento pode ser perturbador aos farsantes, o que não impede que o afeto cure a alma de quem deseje conquistar a si mesma. Silvio é um revolucionário, como não seria? Ele coloca o amor em ação, num ritmo muito apreciado na ilhota. MP4 faz uma interpretação gostosa, mais abrasileirada, o que não é má ideia. Quando alguém perguntar como é Cuba, talvez uma boa resposta seja “é onde mora o Silvio Rodriguez”. E isso quer dizer muita coisa.

Nunca fui primeira dama (ainda mais em Cuba)

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” Como é Cuba? é um te amar por todos os lados ” (Dicodallma)

Com Nadia Guerra, seu alter ego ficcional, a romancista e poeta Wendy Guerra escreve a história proibida das mulheres de Cuba. Publicado em oito países, cruza ficção e realidade no relato de uma mulher obcecada pela ideia de encontrar a mãe, que a abandonou aos dez anos de idade. Imersão num bravo mundo feminino, a busca por Albis Torres é também uma viagem a seu próprio passado e às salas escuras do regime cubano. Ao trazer a mãe de volta a Havana, resgatada em Moscou com uma doença que lhe tirou a memória, Guerra descobre em uma caixa de objetos pessoais os rascunhos de um romance que Albis escrevia sobre Celia Sánchez, secretária pessoal de Fidel Castro, heroína da revolução cubana. Rápida, às vezes triste e noutras envolvente como a alegria de uma Rumba, “Nunca Fui Primeira Dama” é um bom livro. Depois, a autora é linda e falante.