Banho de lua

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As noites de inverno são incomparáveis. Você treme de frio, mas que lua. A luminosidade da estação dá chance à elegâncias. Afinal, é mais fácil alguém ficar mais bonito com um casaco do que de camiseta. As noites de inverno exigem preparo, é um encontro importante. Nas luzes da cidade, vê-se a ação persistente do frio e penso no Rio de Janeiro, cariocas tremam de inveja.

Um dia de inverno é de azul retinto, quem não sai de casa para ver o céu sem nuvem, você procurando ficar no caminho do sol. Verão qualquer um faz, tudo veste, pode chover, as coisas grudam e tudo bem dormir junto, mas um de cada lado. Depois tem uma coisa: em seguida do banho, você já está suado.

Sobre as estações

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Quando nasce uma estação é um acontecimento, um vão, um momento, uma celebração, é gol do Flamengo. Ficamos sabendo não exatamente quando a vida ressurge ou renasce, porque isso acontece um instante antes do fato ser percebido. É lenta a volta de um náufrago que honre seu acidente. Uma primavera leva tempo até que certos aromas fiquem claros, até que os dias fiquem mais longos e -em alguns casos, mais claros. Se entendi algo nas estações e nos sofrimentos é que são isso, uma coisa e outra, outra coisa e uma, anti-horários, um não calendário ou -como diria Veríssimo, o Tempo e o Vento. Então, nada mais havendo, acontece de você olhar longe e isso fazendo ver horizontes quando ninguém mais está vendo. Talvez seja miragem, náufragos precisam de algumas. Mas se não forem, encha o peito, grite com o mar e deixe que a primavera chegue. É o que as primaveras fazem: chegar.