Calmante

Ouvimos eu, minha mãe e meu pai. Estávamos estátuas pertinho do rádio, respirando baixando e torcendo para que os astronautas americanos da Apollo 11 chegassem bem. Havia todo tipo de boato contra. Iam desde erros em cálculos gravitacionais até a ira divina, que não deixaria que o homem tivesse êxito na conquista da Lua.

Chegaram, era um grande passo para a humanidade e tal. Foi quando ouvi algo como “eles pousaram perto do Mar da Tranquilidade”. Mar da Tranquilidade, olha que nome lindo para um oceano banhado por um tipo quântico de água, que molha mas não molha. Que lugar especial para olhar a Terra e acenar, enquanto se caminha pela areia fofa sem dificuldade ou afobação. Mar da Tranquilidade, onde as ondas massageiam, não há vendedores de saída de praia e toda cena se dá em fast.

Mar da tranquilidade, alma serena, espaço perfeito para o momento leve e sem gravidade, onde acalmamos nossos lobos e podemos olhar para a lua pelo tempo que quisermos.