Fiquem em seus postos. Amores precisarão de portos antes de singrar seus amares. Se mantenham atentos, será permanente o desafiar dos deuses e implacável o rugir das tempestades. Não desistam, mesmo que inexistam horas amenas. Mesmo que existam poucos momentos amáveis ou porque tudo dá a impressão de que o todo é descartável. Lado a lado, estão o amor, as canções, os ditadores, os dragões, sapos e princesas, a escuridão implacável e as poucas luzes acesas. Vejam os limites da imensidão, o sim, o não, a legião da boa ou da má vontade. Lutam nesse momento efêmero e eternidade e teremos que decidir o destino das nossas mentiras e entender a origem das nossas verdades. Vamos precisar, mesmo sendo impreciso o navegar, correr os riscos de reabrir os portos, contar os mortos e prosseguir. E se antes nosso perigo era desconhecer profundeza oceânica, agora o que ameaça a raça humana é rio seco, o raso riso, o rir, o ir de nada a nada em braçadas largas. No entento, em todos os livros sagrados, da bíblia ao novo curso em milagres, há muitas línguas e muitas linguagens. Seus profetas pedem por esperança, a plantam e afirmam que origem e destino é nosso lugar comum. Que somos Um por todos. Que estamos todos por Um.