Tuas palavras calam

Há gente que não precisa, ou necessita menos dos ditos. Eu gosto deles, que te aproximam e afastam, independente do significado que se dá aos gestos. Talvez porque a palavra expressa tenha o condão do pensei nisso e isso é o que sinto depois do pensado, o tal dito. Quem sabe seja porque é bom de ouvir, no tom de quem a gente quer bem, a palavra vinda. A não ser que seja algo desconfortável, aí todo som é ruído. No timbre da voz e no texto que ela porta, há tudo que se toma ou se teme, que se deseja ou precisamos evitar. Sei, às vezes precisamos evitar justamente o que se deseja, mas isso outro solo, para outras colheitas. Fico com o bem dito que são os dias vindos. O tempo encontrado. A coragem entonada. Todas as palavras são iguais. O que as transforma em especiais é a essência de quem emite, os encontros paridos, as palavras ditas são sentidas ou gemidas, omitidas ou geridas. São ninho onde crescem, sendo maternadas com carinho. Se expressam verdades. Porque se King discursasse “acho que tenho um sonho”, Seria diferente. Mas não, ele disse “eu tenho um sonho” para contar. E fez história com isso. Palavras existem para plantar dúvidas, semear conversas, discordar, declarar, duvidar, exigir, abrigar, pedir, perguntar, confirmar. Elas são uma demonstração inequívoca do que se pensa, sente, deseja, ressente, perdoa, alivia, contraria, emociona ou ama. Quando é você quem diz, quando eu escuto ou digo, palavra é um abrigo. Melhor, é vão. ***

O maior mistério é ver mistérios
Ai de mim senhora natureza humana
Olhar as coisas como são quem dera
E apreciar o simples que de tudo emana

Nem tanto pelo encanto da palavra
Mas pela beleza de se ter a fala

(Renato Teixeira)

Replay

(Esta crônica foi publicada originalmente em 10.10.2018, com o título “Estações”. Era uma conversa com a alma que amo sobre a passagem do tempo e o que diria ver, nesse diálogo imaginário. Espero que Regostem).

Te diria que os dias de inverno passaram e que alguns foram especialmente lindos. Nessa esseasons-of-the-year-1127760_640tação as coisas se recolhem, como se a vida refletisse sobre si mesma sem apressar-se em conclusões. As horas também passam assim, construídas sob um silêncio invernal, enquanto se dá uma boa espiada nos abismos que as pontes (feitas de saudade) nos ajudam a atravessar. Te diria que passaram tantos dias de inverno que nem sei se escrevo direito.  Só sei que tremo enquanto lembro o tamanho das geleiras. Li Fernando Pessoa, que me aconselhou a “seguir meu destino, regar minhas plantas e amar minhas rosas, já que o resto são as sombras de árvores alheias”.  Vi gente encapotando seus corpos gelados, chorei pelas almas tiritando de frio e confesso: meu coração é tropical demais pra o tanto de nublado que foram certos dias.  Te diria que o inverno passou porque é isso que as estações fazem. Às vezes trazem o verão, às vezes nos trazem o não. Será que você poderia me contar como foram teus dias aí e como é a vista onde você está?  Te diria que isso é a única coisa que conta, que todo o resto passará. Passaremos porque (como as estações e as estrelas) é isso que fazemos.

Te diria para ouvir a primavera, anunciada por um som brando nas suas manhãs. Escutas? Passei por elas, são inesquecíveis. Têm o aroma do caminho da faculdade, o cheiro da rua perto de casa e da água quando se encontra com a terra, que saudade. Mesmo nos dias mais tristes, tudo dança, surge, gorjeia, se engraça, gargalha, se espalha, se alimenta, suspira, inspira, se torna enluarada. Afinal, num pio, a primavera chega com os filhotes de passarinho. Mistura milagres, aromas, leituras e curas. Mergulhe nisso tudo e verás que não existe nada que não possa ser ultrapassado ou deixado, nada é nosso ou está definitivamente conquistado. Toque no intenso prazer dos encontros que se transcendem, encaixam, iluminam e se transformam, ainda que tenham outras coisas a fazer. A primavera existe pra gente se colorir com a palheta de milhares cores, todas perfeitas, todas feitas (como qualquer coisa) para serem passageiras. Ela nos lembra que não somos mais os mesmos agora mesmo, nascemos crescemos e morremos nesse exato momento. Nunca estamos no lugar de antes. Nunca respiramos o mesmo ar. Somos outros em tempo integral, instante a instante. Por isso só é possível entender o eterno aos poucos, o imenso em seus detalhes e ela, a primavera, como essa pintura que dura uma primavera inteira.

Te diria que uma vez passada, a estação te trará de presente os tons do verão. Talvez ele seja a inspiração para vivermos entrelaçados. Cães, peixe-boi, jacaré, arlequim, hortelã, gato, ovelha, terra, rio amazonas, uma árvore de estimação, tudo nos impulsiona, tudo pulsa, é verão de vez em quando, mesmo que sejamos (e somos) um zapt, um pluft, um zimp. Tempo das águas, das fresquinhas, daquele vento cheio de magia que refresca e não refresca, alivia e não traz alivio. É o silvo, o grunhido, o bicho, o sol a pino, Bahia, alegria, Havana, chinelos e o trenzinho do caipira. Da viola, de Tom Zé, verão é um sorridente toma lá dá cá. É a angústia se afogando no mar e ressurgindo como Iemanjá. No verão, o verão está em alta, o verão não falta, está ali, pleno de ser verão. E passará, quente, urgente, feliz. Irá cheio de vitamina D, sem eleição, todos eleitos, todos feitos de verão em seus exageros, sua elegância à vontade e temperos de sol a sol. Partirá sem desculpas, sem culpas, para cumprir sua era quente, bronzeando as gentes, saltitante em suas areias. Seguirá seu destino dentro dos elementos, resgatando a promessa de ser passageiro por lealdade à verdade. E eterno, por fidelidade ao tempo.

Te diria que assim que ele vença a curva e aponte na reta para sua inevitável despedida, encontrará um outono enfeitiçado pela falta que sinto de ti e porque a partir disso me refaço, enquanto renasço. Outono tem um equilíbrio necessário, um recolher as velas. Ainda assim, tudo nele será breve, já que tudo é um piscar de olhos. Outono é a vida em fresta. Outono não se apressa, chega na hora. Passará nos olhando nos olhos, lembrando quem somos, perguntando o que viemos fazer aqui, desenhando propósitos.  Outono estende lençóis brancos no varal imenso dos sentimentos e nos presenteia com perspectivas variadas como as frutas da estação. É tempo de goiaba (prefiro as vermelhas e as roubadas), tem a banana que é um aviso sobre nós mesmos: uma delícia, mas se tiramos a casca é melhor. Tem a preferida dos chilenos, o abacate. Outono não vem com respostas prontas ou fáceis. Não conte com equações óbvias ou práticas simples para ser feliz. Outono é gradiente, feito de reticências, um coating que nos vê uma vez por ano, até que se vai de uma vez por todas. Penso que há algo de mágico em cada estação. Não pelo que nos trazem, mas porque disfarçam o tempo e seus elementos, os emoldurando, durando o necessário, guardando aniversários, indo e vindo de repente. Te diria que não são as estações que passam. É a gente.

Bom findi

Você consegue ler “Toda Vida Daria um Filme” ?

Meu sono só não é maior do que minha vontade de dormir. Foi uma semana boa, dessas em que se levanta às 6 e só bem tarde mister Morfeu vem falar com a gente. Definitivamente, não estou ficando mais jovem, me contaram com riqueza de detalhes os últimos 7 dias de jobs intensos.

Quando pequeno, imaginava que viveria até os 50 e há 5 anos, quase acertei a previsão. Não vejo porque arriscar um novo palpite, nem motivo recusar os mimos que o tempo me traz, ainda que saber o que significa mimos revele o tanto que já percorri. Mesmo assim, é estranho estar prestes a pagar meia entrada no cinema, ter direito à vagas especiais nos estacionamentos da cidade e a preferência no atendimento em lugares públicos.

Às vezes não encontro o que gostaria. Então sigo pra outro tempo, como quem garimpa a preciosidade da vida, decifrando suas respostas rápidas, que (imagino) sejam as possíveis ou disponíveis. Ainda assim, valem o passeio e aquecem os joelhos, ao mesmo tempo em que me acostumo ser chamado de senhor com mais frequência. Que a sabedoria seja enluarada e feita de serenar profundo e sonhos se espreguiçando.

O presente de hoje é uma estrelinha que Vitor Ramil criou pra nos lembrar o silêncio bonito das noites. E que Milton canta confirmando o tom suave dos dias.

O que temos

E se tudo que houvesse fosse um desejo, mas não desses fracotes, com medo de chuva ou perdidos na aridez de tudo que sendo sólido, se desmancha no ar. Falo de um desejo mestre, senha, atômico, tonal, maestro. O que temos então? Aposto que nos amamos, o que é mais do que desejo, é a própria transformação do tempo de espera para o tempo da realização, quando chegar o tempo que se tece. Entende que não se trata de esperar a esmo, mas fazer de si mesmo o caminho de chegada? Como sinto e como vejo, é assim que nos molda o desejo. De algum modo, não ficamos mudos e expressamos as notas porque as sabemos, as conhecemos, porque cantando, amamos o que ouvimos juntos.

O presente de hoje é uma pergunta que não pode ficar resposta.


Tem que ser puro

E fomos felizes para o sempre

A vida é rock ou viola caipira? 
Alguém me perguntou isso, depois de ler uma das conversas que posto por aqui. De pronto, percebi que esse é um questionamento de porte. Senti uma certa dúvida, tipo cansaço nível F6 na pergunta, não sei bem. Normalmente, Platão me ajuda com nesse tipo de situação, mas não foi o caso. Aristóteles fala demais e sempre acaba provando que a gente é uma besta, o que procuro são respostas para o que não sei. Descartes e Kant são bem cheios de grandes opiniões, mas foi o bom e velho Nietzsche que me veio com essa:

E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música”. 

Possivelmente ele queria dizer algo mais complexto, como “cada um sabe onde aperta o calo”. Eu creio que se refere à nossa pouca empatia uns com os outros, esse cacoete hipócrita que nos faz acreditar que faríamos mais e melhor do que qualquer um, como se quem observamos fosse um qualquer, tudo mundo é muito bom naquilo que não viveu. Diariamente e há anos me lembro que não há nem bom nem ruim, nem melhor ou pior, apenas circunstâncias e algumas escolhas. O filósofo, que de bobo tinha nada, também era poeta, músico e estava um pouco lelé antes de ir verificar pessoalmente a existência de Deus. A mulher que amou, não o correspondeu, o que pode ter inspirado frases como essa: 

aquele que tem um porquê para viver pode suportar quase qualquer como”.

Foi o caso dele, acredite. Os sensíveis, quem procura motivadores para uma humanidade mais bela e menos fera, os estéticos e os estetas ficam pouco à vontade no mundo. Isso não os dispensa em habita-lo, de fazer dele um lugar mais turístico ou de evitar vícios difíceis de abandonar, como o sertanejo universitário. Em outra encarnação cunhei a expressão “clube dos perfeitos”, sobre uma gente capaz de julgar num trink qualquer coisa, tendo opiniões e solução para os desprovidos do mesmo talento e, portanto, impedidos de frequentar tal agremiação. Dependendo do caso, de respirar o mesmo ar. De habitar o mesmo país. De viver o seu amor. De “tornar-se o que se é”, como afirmou Nietzsche. Fico pensando se Deus nos dissesse algo como “seja feita a sua vontade”, o que faríamos? Loteria uma vez por semana? Corpo do Brad Pit? Cura da gripe? Abel treinando o Inter? E se todos os nossos desejos fossem atendidos assim na terra como no céu, seria bom? Se houvesse possibilidade da vida ser sempre 2+2, o resultado sempre seria previsível, sem escalas de cinza, sem gradiência ou sujeito à chuvas e trovoadas no decorrer do período? Não sei, mas a cada um o seu cada qual, diz um ditado mineiro.

Há 3 dias estou naqueles estados lastimáveis que só nós, os homens, somos capazes de ficar. Cama, cara de triste, um ohhhh constante, seguido de gemedeira geral. É uma das 7 pragas do Egito (homens, homens), mas vai passar, assim como o Bolsonaro. Entre comprimidos e água de côco, relembro Quintana na mesa de costurar onde escrevo (tuc, tuc, tuc, tuc). Ele e seu eterno “vocês que atrapalham meu caminho, vocês passarão, eu passarinho”. Ter ficado amuado me tirou a bike por uns dias, mas me trouxe o poetinha gaúcho, não é má troca. Gosto de pensar que se escolhemos o amor, algo nos anima, embeleza ou eterniza. Então viver é puro rock, magnifico, universal, potente. Produz quadros, boa poesia, tricota, olha e te vê. Como Clapton, é possível ficar um pouco surdo, mas não é má troca: ele namorou a Carla Bruni-Sarkozy, gente. Chego hoje ao meu post 200 e é uma delícia ter a honra de receber mais de 15 mil conversas, curtidas e compartilhamentos. Profissionalmente, faço o que gosto e pessoalmente vivo enquanto espero. Imagino que estamos constantemente no caminho, na busca, tateando. Não há linhas retas, nem bússolas certeiras em período integral. É preciso resolver coisas e as coisas têm sua própria agenda. Então existirão as horas de apreciar o gosto das matas e das maçãs, como aquela música ensina. O importante é estar em paz com aquilo que se ama e com tudo que isso inspira. Então tanto faz ser rock ou viola caipira.

Estações

 

Te diria que os dias de inverno passaram e que alguns foram especialmente lindos. Nessa esseasons-of-the-year-1127760_640tação as coisas se recolhem, como se a vida refletisse sobre si mesma sem apressar-se em conclusões. As horas também passam assim, construídas sob um silêncio invernal, enquanto se dá uma boa espiada nos abismos que as pontes (feitas de saudade) nos ajudam a atravessar. Te diria que passaram tantos dias de inverno que nem sei se escrevo direito.  Só sei que tremo enquanto lembro o tamanho das geleiras. Li Fernando Pessoa, que me aconselhou a “seguir meu destino, regar minhas plantas e amar minhas rosas, já que o resto são as sombras de árvores alheias”.  Vi gente encapotando seus corpos gelados, chorei pelas almas tiritando de frio e confesso: meu coração é tropical demais pra o tanto de nublado que foram certos dias.  Te diria que o inverno passou porque é isso que as estações fazem. Às vezes trazem o verão, às vezes nos trazem o não. Será que você poderia me contar como foram teus dias aí e como é a vista onde você está?  Te diria que isso é a única coisa que conta, que todo o resto passará. Passaremos porque (como as estações e as estrelas) é isso que fazemos.

Te diria para ouvir a primavera, anunciada por um som brando nas suas manhãs. Escutas? Passei por elas, são inesquecíveis. Têm o aroma do caminho da faculdade, o cheiro da rua perto de casa e da água quando se encontra com a terra, que saudade. Mesmo nos dias mais tristes, tudo dança, surge, gorjeia, se engraça, gargalha, se espalha, se alimenta, suspira, inspira, se torna enluarada. Afinal, num pio, a primavera chega com os filhotes de passarinho. Mistura milagres, aromas, leituras e curas. Mergulhe nisso tudo e verás que não existe nada que não possa ser ultrapassado ou deixado, nada é nosso ou está definitivamente conquistado. Toque no intenso prazer dos encontros que se transcendem, encaixam, iluminam e se transformam, ainda que tenham outras coisas a fazer. A primavera existe pra gente se colorir com a palheta de milhares cores, todas perfeitas, todas feitas (como qualquer coisa) para serem passageiras. Ela nos lembra que não somos mais os mesmos agora mesmo, nascemos crescemos e morremos nesse exato momento. Nunca estamos no lugar de antes. Nunca respiramos o mesmo ar. Somos outros em tempo integral, instante a instante. Por isso só é possível entender o eterno aos poucos, o imenso em seus detalhes e ela, a primavera, como essa pintura que dura uma primavera inteira.

Te diria que uma vez passada, a estação te trará de presente os tons do verão. Talvez ele seja a inspiração para vivermos entrelaçados. Cães, peixe-boi, jacaré, arlequim, hortelã, gato, ovelha, terra, rio amazonas, uma árvore de estimação, tudo nos impulsiona, tudo pulsa, é verão de vez em quando, mesmo que sejamos (e somos) um zapt, um pluft, um zimp. Tempo das águas, das fresquinhas, daquele vento cheio de magia que refresca e não refresca, alivia e não traz alivio. É o silvo, o grunhido, o bicho, o sol a pino, Bahia, alegria, Havana, chinelos e o trenzinho do caipira. Da viola, de Tom Zé, verão é um sorridente toma lá dá cá. É a angústia se afogando no mar e ressurgindo como Iemanjá. No verão, o verão está em alta, o verão não falta, está ali, pleno de ser verão. E passará, quente, urgente, feliz. Irá cheio de vitamina D, sem eleição, todos eleitos, todos feitos de verão em seus exageros, sua elegância à vontade e temperos de sol a sol. Partirá sem desculpas, sem culpas, para cumprir sua era quente, bronzeando as gentes, saltitante em suas areias. Seguirá seu destino dentro dos elementos, resgatando a promessa de ser passageiro por lealdade à verdade. E eterno, por fidelidade ao tempo.

Te diria que assim que ele vença a curva e aponte na reta para sua inevitável despedida, encontrará um outono enfeitiçado pela falta que sinto de ti e porque a partir disso me refaço, enquanto renasço. Outono tem um equilíbrio necessário, um recolher as velas. Ainda assim, tudo nele será breve, já que tudo é um piscar de olhos. Outono é a vida em fresta. Outono não se apressa, chega na hora. Passará nos olhando nos olhos, lembrando quem somos, perguntando o que viemos fazer aqui, desenhando propósitos.  Outono estende lençóis brancos no varal imenso dos sentimentos e nos presenteia com perspectivas variadas como as frutas da estação. É tempo de goiaba (prefiro as vermelhas e as roubadas), tem a banana que é um aviso sobre nós mesmos: uma delícia, mas se tiramos a casca é melhor. Tem a preferida dos chilenos e da Neidoca, o abacate. Outono não vem com respostas prontas ou fáceis. Não conte com equações óbvias ou práticas simples para ser feliz. Outono é gradiente, feito de reticências, um coating que nos vê uma vez por ano, até que se vai de uma vez por todas. Penso que há algo de mágico em cada estação. Não pelo que nos trazem, mas porque disfarçam o tempo e seus elementos, os emoldurando, durando o necessário, guardando aniversários, indo e vindo de repente. Te diria que não são as estações que passam. É a gente.