
“O tempo está suspenso” foi a melhor explicação que recebi de alguém sobre a humanidade nesse instante. Parece que nada se move, ou que tudo se movimenta para lugar algum. É um seco sertão, uma seca feita de saudades. O tempo suspenso tem o ar sufocado por suspiros, falta de senso, presenças imprescindíveis e o parto difícil das ausências. Tempo suspenso, exaspera. Se cobre de esperas enervantes, se desmantela, o insaciável brincando de estátua. Quando é a hora própria, em que momento começa o nosso agora? Como construí-lo em silêncio? Tempo suspenso é suspense.
O eixo de algo é mais importante do que o algo em si. Se o inóspito não permite uma direção, é preciso pari-la como quem deseja clarificar a existência. No meio do caos do tempo suspenso há um farol de aragens, a brisa do entendimento sobre tudo que desorienta. É preciso habitar o jardim secreto dos portais e reafirmar o que se tem de precioso, emocionante e de valor. Acho que é assim que venceremos o tempo suspenso: sutilmente.
Simplesmente me abrace
Quando eu estiver louco
Subitamente se afaste
Quando eu estiver fogo
Suavemente se encaixe
E quando eu estiver triste
Simplesmente me abrace
E quando eu estiver louco
Subitamente se afaste
E quando eu estiver bobo
Sutilmente disfarce, yeah
Mas quando eu estiver morto
Suplico que não me mate, não
Dentro de ti
Dentro de ti
Mesmo que o mundo acabe, enfim
Dentro de tudo que cabe em ti
Mesmo que o mundo acabe, enfim
Dentro de tudo que cabe em ti,