
Mantenha ao alcance da tua criança, aquele piá no canto da foto, segure sua mão enquando ele treme, vai acontecer às vezes. Abrace a prendinha que vive no passado lá longe, isso faz milagres, traz sorrisos, acalma como bilhetes no bolso dizendo que vai dar tudo certo.
Invente uma surpresa besta, uma festa fora de hora, algo que reviva a infância que mora em você e ilumine a brincadeira de roda. Esqueça a hora. Tenha um amigo com nome esquisito, um bonito, todos legais. Depois, puxe conversa com árvores, toque campainhas e saia correndo, se precisar diga “eu lamento”, se puder, declare o amor. Se você não fizer, quem vai fazer? Se você não disser, como saber? Lembre da sua primeira bicicleta, a hora em que conheceu como era o dia de noite, o nome do seu primeiro cachorro.
Anote, relembre, toque o consistente do amor, converse sem condiciontes, sem atenciosamente, sem ilmo senhor, sem meu prezado, sem carinhas tristes, alegres, inexpressantes. Seja o instante exato em que a alegria sobe porque o telefone toca e é quem você quer, espera ou precisa.
Suavize. Deslize. Flutue. Traga sua criança para a beirinha do feliz, então escorregue, se jogue e cumprimente tudo que te trouxe até aqui.