
Estrelas do mar parecem asteriscos. As estrelas do céu também. Gosto desse sinal pelo grafismo que tem, pelo mistério que carrega em seus significados. Asteriscos são reticências bem sucedidas. Chegaram ao estrelato. Brilham como um texto do Mãe que aparece sem ser esperado, mas que é muito bem-vindo. Fala de estações e me pergunto se é um desejo ou uma certeza, o jogo de palavras. Em mim, o “vocês verão”, é uma sentença definitiva e que deixa espaço nenhum para dúvidas: esses dois tostarão ao sol juntos, mesmo que a leitura não seja direta assim. Mas Catarão caramujos enquanto caminham olhando o horizonte, trocando coisas sobre o trabalho, projetarão (enquanto caminham) os novos trechos da vida. E quando isso for pouco, encontrarão formas de contornarem suas imperfeições, porque o amor é líquido. Não serão projeções que oscilam a partir da incidência e do humor dos raios de sol. Permanecerão afetos e afetuosos na concretização da excelência, entendida como produzir e oferecer o que há de melhor neles mesmos. Todas as estações têm maravilhas e talvez seja esse rodízio perene entre elas que as façam tão esperadas. Um dia, depois de dias e dias, chega o tempo do inverno ou da primavera, ou do outono ou do verão. Sempre chega, é da ordem do tempo e de tudo que existe nele, fora ou ao seu redor. Acontece o mesmo com os encontros formidáveis, com as vindas que não passam desapercebidas e nos dias de espera. Há um motivo que mantém aquecidos aqueles que acreditam no verão, mesmo que o inverno jure que será eterno em seu rigor. O motivo é maior do que o entendimento que se possa ter disso. Basta ver uma estrela do mar ou no céu as associar a asteriscos. Não são asteriscos. São sentimentos. São convicções. São respostas. ***